HEPATITE MEDICAMENTOSA
Hepatite medicamentosa é causada por inflamação no fígado de forma aguda (lesão hepática aguda) ou crônica provocada por drogas, medicamentos, suplementos alimentares, fitoterápicos ou insumos vegetais (chás e ervas). É importante ficar atento para sua prevenção.
Os antibióticos são os mais frequentes, incluindo aqueles utilizados para o tratamento da tuberculose, seguidos pelos anticonvulsivantes e anti-inflamatórios.
A maioria dos casos são assintomáticos e descobertos em exames rotineiros. Mas podem se manifestar como hepatite aguda com náuseas, vômito, cansaço, falta de apetite, seguidos por vezes de icterícia (olhos e pele amarelados), urina escura com cor de coca-cola. A evolução para cura ocorre na maioria dos casos. Mais raramente podem evoluir com insuficiência hepática grave (quando o fígado para de funcionar de forma aguda) com necessidade de cuidados intensivos e avaliação para transplante de fígado! Alguns casos podem progredir para hepatite crônica, e mesmo cirrose hepática (tipo de cicatrização no fígado levando a doença hepática terminal). As ervas são uma fonte muito importante de medicamentos, pois muitos deles são extraídos de plantas, tais como: aspirina, colchicina, efedrina e morfina. Por serem produtos naturais existe a crença popular de que não podem fazer mal para a saúde, sendo usados livremente sem controle sanitário. Assim, são sujeitos a contaminações com agentes infecciosos, metais pesados e podem também conter compostos tóxicos para o fígado (hepatotóxicos) produzindo, em indivíduos suscetíveis, doenças hepáticas variadas. Os principais produtos com potencial hepatotóxico são: extratos de chá verde, valeriana, kava kava, confrey (germander), cavalinha, babosa, sacaca, espinheira santa, carrapicho (picão), mãe boa, chaparral, cimicífuga (actae) racemosa, garcinia, camboja, dentre outros.
Como evitar hepatite por medicamentos? Utilizar medicações e suplementos somente sob supervisão e prescrição profissional. Evitar produtos com diversos elementos associados ou promessas milagrosas, evitar o consumo concomitante de álcool. Tomar as medicações pelo menor período e menor dose necessária. Buscar atendimento médico com brevidade e informar o consumo do produto em caso de sintomas.
Como é o tratamento? A medida mais eficaz é a suspensão da substância suspeita, e evitar uma reexposição à mesma (nunca usar novamente). Quase 90% dos casos evoluem com melhora espontânea. Os pacientes sintomáticos devem receber hidratação e tratamento para aliviar os sintomas, como coceira, alergia, náuseas ou vômitos. Aqueles pacientes que evoluem com falência hepática (parada de funcionamento do fígado) devem ser encaminhados para unidade de terapia intensiva com suporte e avaliação para o transplante hepático. Sempre informe seu médico sobre o uso de quaisquer medicações pela possibilidade de qualquer sintoma poder ser causado por toxidade medicamentosa, inclusive suplementos, produtos fitoterápicos caseiros, uso de chás e ervas.