HEPATITE AUTOIMUNE
A hepatite autoimune é uma doença que causa inflamação crônica no fígado e que, quando não tratada, pode evoluir para cirrose e eventualmente necessidade de transplante hepático.
Acomete principalmente mulheres jovens por volta de 30 anos, mas a doença pode ocorrer em qualquer faixa etária.
Apesar do nome de hepatite, a doença não é contagiosa, ou seja, não é transmitida para outras pessoas. O sistema imune no paciente com hepatite autoimune reconhece os hepatócitos (células hepáticas) como estranhos e os ataca, provocando inflamação crônica, desenvolvimento de fibrose hepática (cicatrizes no fígado) e cirrose.
A doença muitas vezes é assintomática. Nas pessoas sintomáticas, a fadiga é provavelmente o sintoma mais comum. Outros sinais e sintomas incluem:
Pessoas em estágios mais avançados da doença (cirrose) podem apresentar problemas como acúmulo de líquido dentro do abdome (ascite) ou confusão mental. As mulheres podem ter irregularidades menstruais.
Os sintomas da doença variam de discretos a intensos. Como o quadro clínico não é específico – hepatites por outras causas, por exemplo por vírus ou medicamentos, podem se apresentar de forma semelhante – exames são necessários para o diagnóstico preciso.
Seu médico chegará ao diagnóstico baseado nos dados clínicos, exames de sangue e biópsia hepática.
Os exames de sangue como enzimas hepáticas revelarão um padrão típico de inflamação no fígado com aumento de aminotransferases e de gamaglobulinas, associada à presença de anticorpos: antinucleares (FAN), anticorpos contra músculo liso (AML) e anticorpos contra microssomos do fígado e rim (Anti-LKM1), entre outros.
Biópsia hepática: Uma pequena amostra de seu fígado, examinada sob microscopia, ajudará o médico a diagnosticar com precisão a hepatite autoimune e trará dados sobre a atividade e prognóstico da doença.
A Hepatite autoimune pode associar-se a outras doenças autoimunes, principalmente tireoidite e artrite reumatoide e também a outras doenças do fígado, tais como colangite biliar primária e colangite esclerosante primária.
Com o tratamento adequado, a hepatite geralmente pode ser controlada. O tratamento é constituído basicamente por medicamentos que suprimem (“freiam”) o sistema imune como corticóide e a azatioprina. Estes medicamentos suprimem a ação do sistema imune, diminuindo assim a agressão ao fígado.
O tratamento é de longo prazo, e uma avaliação cuidados é feita periodicamente para atestar a efetividade do tratamento e sua segurança.