Carcinoma Hepatocelular
O carcinoma hepatocelular ou hepatocarcinoma (CHC) é a forma mais comum do câncer de fígado em adultos e constitui 70-85% das neoplasias hepáticas primárias. Ocorre principalmente em pessoas com cirrose embora possa ocorrer na audencia de cirrose, principalmente em portadores do virus da hepatite B. Ele é o 5o tumor maligno mais frequente e o 2o câncer que mais mata no mundo.
O carcinoma hepatocelular, da mesma forma que a cirrose, é uma doença silenciosa, não apresentando sintomas nas fases mais precoces da doença. Quando diagnosticado na fase precoce o tratamento adequado pode curar este tipo de câncer, na maioria dos casos. Sintomas como dor, aumento de volume do abdômen (“barriga d’água”) ou icterícia (olhos amarelos), geralmente só surgem na fase avançada da doença, quando o tratamento curativo não é mais efetivo. No Brasil, infelizmente, a maioria dos casos ainda são diagnosticados na fase avançada.
Quem está sob risco?
Qualquer paciente com cirrose tem risco de ter carcinoma hepatocelular, principalmente se a causa da cirrose for por hepatite B ou C, álcool, Hemocromatose ou gordura no fígado, a chamada doença hepática gordurosa não alcoólica. Pacientes que tem o vírus da hepatite B e doença hepática gordurosa podem desenvolver o tumor mesmo sem cirrose. O consumo de álcool e alimentos contaminados por aflatoxina, a obesidade e o diabetes, aumentam o risco de desenvolvimento desse tumor.
Se você tiver cirrose é importante realizar exames periódicos de ultrassonografia de abdômen superior de 6 em 6 meses. A dosagem de alfa fetoproteína no sangue, que é um marcador do tumor, também pode ser usada, mas sempre em associação com o ultrassom. Converse com seu médico e veja se você deve fazer este tipo de rastreamento e qual o intervalo indicado.
A ultrassonografia de abdômen é geralmente o método de detecção inicial do carcinoma hepatocelular. Para confirmação do diagnóstico, é necessária a realização de tomografia ou ressonância magnética do abdômen com contraste. Em alguns casos, pode ser necessária a realização de biópsia do tumor.
DEVEM REALIZAR RASTREAMENTO DE CANCER NO FÍGADO COM EXAME DE IMAGEM DE 6 EM 6 MESES QUEM TEM:
- CIRROSE
- DOENÇA HEPÁTICA COM FIBROSE ≥ F3
- HEPATITE B COM MARCADORES DE FIBROSE AVANÇADA
- ESTEATOSE HEPÁTICA E MARCADORES NÃO INVASIVOS DE FIBROSE
Existem vários tratamentos disponíveis e alguns deles podem levar a cura do carcinoma hepatocelular. Ele é multidisciplinar, ou seja, envolve vários especialistas incluindo hepatologistas, cirurgiões, radiologistas intervencionistas e oncologistas. Como o tratamento acontece geralmente em quem tem cirrose, a escolha do tratamento vai depender do seu estado geral, das características do tumor (número e tamanho, invasão vascular ou extra-hepática) e também da função do seu fígado (cirrose, varizes de esofago, classificação de Child-Pugh).
idades diárias.
O tratamento curativo é a ressecção cirúrgica ou o transplante de fígado. Ambos os tratamentos relacionam-se à reserva funcional hepática e ao número de nódulos presentes, seguindo o chamado Critério de Milão para transplante. Pacientes cirróticos com nódulo único de até 5 cm ou até três nódulos, sendo o maior de até 3cm, sem invasão macrovascular ou metástases detectáveis, apresentaram excelente sobrevida após o transplante hepático.
Outras opções de tratamento para pacientes que não são candidatos ao tratamento cirúrgico são a radioablação por radiofrequência e a quimioembolização intra-arterial do tumor. A quimioembolização é um procedimento vascular realizado com a intenção de reduzir o tamanho do tumor e aumentar a sobrevida. É utilizado principalmente em tumores maiores ou múltiplos, aonde não há possibilidade de tratamento curativo (ressecção ou transplante), outros tratamentos paliativos (como a injeção percutânea de etanol, radioablação ou microondas) não estão disponíveis ou não podem ser realizados pelo tamanho das lesões e a função hepática está preservada ou apenas pouco alterada. Apesar de não ser considerado um tratamento curativo por raramente ser capaz de eliminar todas as células malignas, esse procedimento é benéfico para vários pacientes, levando a redução na velocidade de progressão do tumor e na invasão vascular, com evidências sugerindo uma melhora no tempo de sobrevida.
O hepatocarcinoma é um tumor que geralmente não responde ao tratamento com quimioterapia. Em casos avançados podemos utilizar tratamento sistemico, que é um medicamento oral da classe dos inibidores de tirosina quinase.
Se voce tem ou fez diagnóstico recente de Hepatocarcinoma consulte um hepatologista.
LEMBRE-SE: O RASTREAMENTO SEMESTRAL COM ULTRASONOGRAFIA É FUNDAMENTAL PARA O DIAGNÓSTICO PRECOCE E TRATAMENTO CURATIVO.