COLANGITE BILIAR PRIMÁRIA
É uma doença gerada pelo próprio sistema imune da pessoa, que pode causar inflamação crônica no fígado. Esta doença afeta os ductos biliares, levando a retenção de bile nas células do fígado, o que desencadeia fibrose e posteriormente cirrose.
Afeta principalmente mulheres entre 35 e 65 anos. Aproximadamente 60% dos pacientes são assintomáticos no momento do diagnóstico. Apresentam alterações de exames da função hepática em exames de rotina, o que faz com que se prossiga a investigação. Quando apresentam sintomas, os mais frequentes são: fraqueza, prurido (generalizado e a maioria das vezes noturno), xantelasma (pequenos depósitos de gordura concentrados na região das pálpebras). Em uma doença mais avançada, podem apresentar icterícia, ascite e outros sinais de cirrose.
Outras doenças autoimunes podem estar presentes, como tireoidite de Hashimoto, Síndrome de Sjogren, Doença de Reynaud, artrite reumatoide.
É frequente pacientes com colangite biliar primária possuírem aumento de colesterol, osteoporose e em até 10% dos casos pode estar associado a hepatite autoimune.
O diagnóstico é realizado através de exames de sangue com níveis elevados de fosfatase alcalina e gamaglutamiltransferase (GGT). Os níveis de TGO e TGP e bilirrubina também pode estar elevados. O principal marcador de cirrose biliar primária é o exame positivo chamado de anticorpo antimitocôndria (AMA), positivo em quase todos os casos. Outro anticorpos podem estar positivos em até um terço dos casos, como o fato antinuclear (FAN).
Algumas vezes é necessário biópsia do fígado para confirmar o diagnóstico. Muitas vezes não é indicada pois os outros exames geralmente são suficientes para fechar o diagnóstico.
A cirrose biliar primária pode permanecer assintomática em alguns pacientes, e em outros, evoluir lentamente para cirrose. A evolução depende de paciente para pacientes, por motivos não elucidados. Quando não tratada, ou sem resposta a tratamento, pode levar a cirrose, necessitando de um transplante de fígado.
Dentre as medicações mais utilizadas destacam-se o ácido ursodesoxicólico. Esta medicação não cura a doença, mas melhora os sintomas, os exames laboratoriais e atrasa o desenvolvimento de cirrose. O tratamento sintomático do prurido e da fadiga pode ser necessário. Em caso de cirrose, pode ser necessário o transplante de fígado. O seu médico determinará qual é o melhor tratamento para você.