HEPATITE C
O vírus da hepatite C foi identificado em 1989, e a partir de 1991 começaram a estar disponíveis os testes sorológicos (exames de sangue) para sua detecção.
Estima-se que cerca de 180 milhões de pessoas no mundo estejam infectados por este vírus.
Pode se manifestar de forma aguda ou cronica, via-de-regra crônica, que cursa de forma assintomática.
A forma aguda ocorre em 15-25% dos casos somente, pode ser assintomática ou se manifestar 40 a 90 dias após o contato com o vírus, de forma assintomática ou com cansaço, perda de apetite, náuseas, mal estar, pele e olhos e pele amarelados (icterícia), urina escura e fezes claras, que duram algumas semanas e se resolvem espontaneamete, sem necessidade de tratamento.
Mas, em 75-85% dos casos, o organismo não consegue eliminar o vírus e ele persiste por mais de seis meses, quando é chamada de hepatite crônica. Essa forma crônica geralmente evolui de forma silenciosa com fibrose e pode chegar a cirrose em 20-25% dos casos e câncer primário do fígado (carcinoma hepatocelular). Muitas vezes a hepatite C só é diagnosticada em uma fase avançada da cirrose e pode necessitar de transplante de fígado.
A hepatite C é transmitida através do contato com o sangue de uma pessoa infectada.
Você pode pegar hepatite C ao:
Em raros casos, você pode pegar a doença ao:
Você NÃO pega hepatite C ao:
Em mães portadoras do vírus, a amamentação não é contraindicada – salvo se houver fissuras nos seios.
Se você recebeu transfusões de sangue ou hemoderivados antes de 1993, existe a chance de você ter recebido o vírus.
Antes desta época, não havia como triar os doadores com exames para detecção do vírus da hepatite C. O kit para teste não era amplamente disponível. Está indicado o teste (anti-VHC) nas pessoas transfundidas antes de 1993 por este motivo.
Atualmente, o risco de transmissão em uma transfusão é muito baixo, devido aos testes de triagem realizados como rotina.
A grande maioria dos portadores não sabem que possuem o vírus da hepatite C. E a doença costuma ser assintomática.
Assim, é importante que as pessoas que possam ser portadoras façam o teste, pois o tratamento existe.
O teste está indicado nas pessoas que fazem parte dos seguintes grupos:
Deve-se considerar a conveniência de realizar o teste se a pessoa pertencer a um dos grupos de risco "indefinido":
Ainda não há vacina para o vírus da hepatite C.
Você pode se proteger (e aos outros) da hepatite C ao:
Para avaliar a possibilidade de hepatite C, seu médico solicitará exames de sangue.
O exame de sangue inicial que determinará se você é portador do vírus da hepatite C é fácil, rápido e está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde.
Uma vez confirmada a doença, mais exames são necessários para avaliar a função do fígado e o grau de inflamação vigente, carga viral e genotipagem do vírus.
A biópsia hepática ou elastografia hepática podem ser solicitados para avaliar o grau de fibrose hepática e avaliar necessidade de rastreamento de cancer.
O objetivo do tratamento da hepatite C é erradicar o vírus do organismo, curando a infecção.
Nos últimos anos o tratamento da Hepatite C evoluiu muito. Até 10 anos atrás o tratamento era feito de forma injetável com Interferon por 24-48 semanas, tinha muitos efeitos colaterais e taxas de cura de 60-70%. Ao longo dos anos os tratamentos foram evoluindo e atualmente o tratamento é feito por via oral, por 12 semanas, mínimos efeitos colaterais e taxas de cura de 95-98%, sendo disponíveis pelo SUS.
É importante salientar que o tratamento antiviral efetivo erradica o vírus do organismo, porém se há dano significativo ao fígado causado previamente pela doença, este permanece. Ou seja, uma pessoa diagnosticada no estágio de cirrose hepática e que tenha realizado o tratamento antiviral com sucesso permanecerá com cirrose. A chance de sua doença evoluir para maiores complicações cairá muito com a eliminação do vírus, porém os cuidados com o fígado e o acompanhamento médico devem ser mantidos.
COMO A HEPATITE C TEM TRATAMENTO COM TAXAS DE CURA ACIMA DE 95% ATUALMENTE A OMS DEFINIU META DE ERRADICAR A HEPATITE C ATÉ 2030.
O MAIOR DESAFIO É REALIZAR A BUSCA DAS PESSOAS DIAGNOSTICADAS NÃO ESTÃO EM TRATAMENTO E PRINCIPALMENTE DAQUELAS QUE AINDA NÃO FORAM DIAGNOSTICADAS.