HEPATITE B

 

 

A Hepatite B é causada pelo vírus da hepatite B (HBV), e pode se manifestar de forma aguda ou cronica. Acomete 0,5% da população brasileira. Estima-se que cerca de 350 milhões de pessoas no mundo estejam infectados por este vírus.

 

A forma aguda, pode ser assintomática ou se manifestar de 30 a 180 dias após o contato com vírus, dura algumas semanas, no máximo 6 meses, e se resolve espontaneamete, sem necessidade de tratamento, na maioria dos casos mas, em 5 a 10% dos casos, o organismo não consegue eliminar o vírus e ele persiste por mais de seis meses, quando é chamada de hepatite crônica B.

 

Essa forma crônica pode evoluir de forma silenciosa para cirrose (destruição das células hepáticas e cicatrização com perda da função normal do fígado) em 20% dos casos e câncer primário do fígado (carcinoma hepatocelular). Muitas vezes só é diagnosticada em uma fase avançada da cirrose e pode necessitar de transplante de fígado.


Na hepatite aguda, os sintomas em geral duram poucas semanas. Os pacientes podem se queixar de cansaço, perda de apetite, náuseas, mal estar, pele e olhos e pele amarelados (icterícia), urina escura e fezes claras. Nos adultos, a infecção aguda se resolve em mais de 95% dos casos.

 

A hepatite crônica B não causa sintomas no início, porém, com o passar de décadas, podem surgir complicações decorrentes do mau funcionamento do fígado (no caso de o paciente ter desenvolvido cirrose), com aparecimento de inchaço nas pernas, aumento/água na barriga, emagrecimento e icterícia.

 

 

 

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COMO O VÍRUS É TRANSMITIDO?
A hepatite B é transmitida por contato com sangue de uma pessoa infectada, sêmen ou outros fluidos corporais. É considerada uma doença sexualmente transmissível.
 
Você pode pegar hepatite B ao:

  • Ter relações sexuais desprotegidas com uma pessoa portadora do vírus
  • Compartilhar agulhas e seringas (uso de drogas)
  • Fazer uma tatuagem ou um piercing com instrumentos não esterilizados, usados em outras pessoas
  • Acidentar-se com uma agulha que contenha sangue infectado (pessoas que trabalham na área da saúde podem pegar hepatite B desta forma)
  • Compartilhar uma escova de dentes ou barbeador com uma pessoa infectada

 

 

Você NÃO pega hepatite B ao:

  • Cumprimentar uma pessoa infectada
  • Abraçar uma pessoa infectada
  • Estar próximo a uma pessoa infectada

 

QUEM ESTÁ SOB RISCO? 

  • Os indivíduos não vacinados podem adquirir hepatite B, principalmente por contato sexual com pessoas infectadas; uso de objetos cortantes contaminados; uso de drogas ilícitas injetáveis ou durante hemodiálise.
  • As gestantes devem fazer o teste para hepatite B no pré-natal, pois o vírus da hepatite B pode ser transmitido ao recém-nascido durante o parto.
  • Pacientes em tratamento para câncer; submetidos a transplante de órgãos ou em uso de medicamentos que diminuem a imunidade, como corticoides ou em uso de anticorpos monoclonais, devem ser testados para hepatite B antes de iniciarem o tratamento.

 

 

COMO POSSO ME PROTEGER?

A vacina contra hepatite B é eficaz e gera proteção contra a doença pelo resto da vida na maioria das pessoas. A vacina da hepatite B é dada em três doses, aplicadas sob a forma de injeção. Todos os bebês devem receber a vacina. Os recém-natos recebem a primeira dose dentro de 12 horas do nascimento. A segunda dose é dada entre 1 e 2 meses e a terceira entre os 6 e os 18 meses de vida.
 
Crianças mais velhas e adultos podem ser vacinados também. Eles recebem as 3 doses num período de 6 meses (0-1-6 meses). Crianças que ainda não foram vacinadas deveriam ser. São necessárias todas as doses para estar protegido. As vacinas lhe protegem contra a hepatite B.

 

Adultos que pertencem a grupos de risco, com múltiplos parceiros sexuais, usuários de drogas e os profissionais de saúde devem receber a vacina.


Você pode proteger a você mesmo e aos outros das seguintes maneiras, também:

  • Usando preservativo nas relações sexuais
  • Não compartilhando agulhas e seringas
  • Usando luvas ao manusear sangue e derivados
  • Não usando barbeadores ou escovas dentais de pessoas infectadas, ou qualquer outra coisa que possa conter sangue
  • Se for fazer uma tatuagem ou um piercing, certificar-se de que os procedimentos estão sendo feitos com instrumentos estéreis.

 

AVALIAÇÃO E TRATAMENTO

A única maneira de saber se uma pessoa está ou não com hepatite B é por meio de exames de sangue. Os testes podem definir se apessoa já teve a hepatite B e está curada, se está com a infecção crônica ou se nunca entrou em contato com o vírus.

 

A RECOMENDAÇÃO É DE TESTAR AO MENOS UMA VEZ NA VIDA:

  • PESSOAS ACIMA DE 40 ANOS
  • TRANSFUSÃO ANTES 1993 (DESCOBERTA DO VHC)
  • ANTECEDENTES DE USO DE ALCOOL E DROGAS
  • TRANSPLANTADOS
  • ANTECEDENTES DE EXPOSIÇÃO PERCUTANEA/PARENTERAL/ MATERIAIS BIOLÓGICOS QUE NÃO OBEDEÇAM ÀS NORMAS DA VIGILANCIA SANITÁRIA: (ALICATE UNHA, LAMINA BARBEAR, AGULHAS/SERINGAS, TATUAGEM, PIERCING)
  • FILHOS MÃES COM HEPATITE B E C
  • MORAM COM PESSOA QUE TEM/TEVE HEPATITE B E C
  • PRIVADOS DE LIBERDADE
  • DOENÇAS PSIQUIÁTRICAS
  • DOENÇA HEPÁTICA SEM DIAGNÓSTICO COM ELEVAÇÃO DE ALT E AST

 

DEVEM SER TESTADAS ANUALMENTE:

  • PESSOA VIVENDO COM HIV
  • VIDA SEXUAL ATIVA COM USO INCONSISTENTE DE PRESERVATIVO
  • TRANSSEXUAIS
  • TRABALHADORES SEXO
  • SITUAÇÃO DE RUA
  • USO ÁLCOOL/DROGAS

A CADA 6 MESES: HEMODIÁLISE

 

Nos pacientes com hepatite aguda B não há indicação para tratamento na maioria dos casos, pois a infecção é curada espontaneamente sem deixar sequelas.


Uma vez diagnosticada a hepatite B cronica, é preciso avaliar aminotransferase, outros marcadores sorológicos e carga viral no sangue para avaliar a necessidade ou não de tratamento. Uma biópsia hepática pode ser necessária em alguns casos. 


Entre os pacientes com hepatite crônica B, nem todos irão necessitar de tratamento no início. Existem quatro fases no relacionamento entre o vírus B e o organismo. Há fases em que, apesar de presente, o vírus não está causando problemas e fases em que há doença ativa que, se significativa e persistente, requer tratamento. Muitas vezes, a diferenciação entre inatividade e atividade não é fácil e a decisão por tratar requer um período de observação.

 

Infelizmente, não dispomos de medicamentos capazes de eliminar o vírus B do organismo. O que existem são opções para controlar a multiplicação do vírus, reduzindo assim o dano ao fígado e melhorando o prognóstico. Por isso a maioria dos tratamentos é de longa duração.
 
O tratamento é fornecido pelo SUS e pode ser feito com drogas antivirais orais como Entecavir e Tenofovir ou por via subcutânea, com Interferon. É importante o uso correto das medicações para evitar resistência e principalmente reativação do HBV.

 

Todo paciente com hepatite crônica B deve ter acompanhamento periódico com médico hepatologista, incluindo aqueles que não tenham tido indicação de tratamento antiviral imediato, pois a doença pode evoluir requerendo tratamento a qualquer momento, para evitar o risco de complicações/cirrose, além do monitoramento/rastreamento de câncer de fígado.

 

Mas não se esqueça: apenas o médico pode avaliar, diagnosticar e indicar o melhor tratamento para cada caso. Procure sempre um Hepatologista.

 

 

PORTANTO, LEMBRE-SE QUE AS HEPATITES B E C SÃO SILENCIOSAS.

HEPATITE B É PREVENÍVEL POR VACINA .

HEPATITE C TEM TRATAMENTO E TEM CURA.

DIAGNÓSTICO PRECOCE É POSSÍVEL: TESTES RÁPIDOS ESTÃO DISPONÍVEIS NOS POSTOS DE SAUDE E SÃO GRATUITOS.

O TRATAMENTO DAS HEPATITES B E C SÃO FORNECIDOS PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE E PODEM PREVENIR A EVOLUÇÃO PARA CIRROSE E CANCER NO FÍGADO.

QUANTO ANTES DESCOBRIR, MAIORES SÃO AS CHANCES DE CURA.

 

SE FOR TEM ALGUM FATOR DE RISCO, PROCURE IMEDIATAMENTE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE E FAÇA O TESTE.